Ao escrever...
Escrevo versos e poesias,
Componho o que me brota no peito,
Concluo na razão,
Por fim publico...
No fim de tudo sempre a mesma sensação,
De que palavra alguma alivia ou camufla o coração...
Sou sempre eu mesma,
Na ânsia de bastar-me em ser só o que sou...
Mas algo me leva a crer que de tanto escrever,
Adquiro asas pros meus sonhos me eleverem,
Coragem de iniciar o percurso que ficou parado no tempo,
Forças pra tirar das pedras brutas um raro diamante...
Escrevo sem pretensão de tornar tudo belo, tudo certo e coerente...
Não sou assim... correspondo ao que escrevo,
Por vezes mal interpretado,
Mal posicionado,
Um esboço inicial e logo inacabado...
Rascunho no papel como rascunho minha própria vida...
Persigo minha própria alma numa corrida infinita,
Não desisto de encontrar a palavra certa pra me descrever...
De palavra em palavra consigo entender que tudo é sempre maior do que a princípio pensei que pudesse ser...
São sonhos maiores, também os desejos e vontades...
Compartilhando e brincando de dizer a verdade,
Encontro atalhos que me guiam ao encontro da outra metade...
Sou um ser-humano inteiro, com uma alma meio anulada,
Sou uma poesia que se inicia sempre certa, mas que por descuido ficou abandonada...
Sempre a espera do Autor se lembrar e recomeçar a escrita,
Sempre a espera da continuidade... e quando concluida ser enfim apreciada.