Como eu me amo

Eu me amo sim, como negar?

Tanto, tanto que me sinto até escrava...

Até penso de mandar, um dia, às favas

O meu ser, ego-idolátrico e zarpar.

Ser mesquinho, despotista e desgraçado

Que se vê, sempre irado e descontente.

A vontade que me move é de, cansado

Abandoná-lo para a morte e bem urgente.

Sei que junto deste ato o meu castigo

Rei e escravo indivisível no jazigo

Me veria, mesmo assim sem liberdade.

Como posso me aturar nessa maldade

Ser escravo de mim mesmo sem saida

Liberdade não terei mesmo sem vida.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 27/02/2012
Código do texto: T3522707