Como eu me amo
Eu me amo sim, como negar?
Tanto, tanto que me sinto até escrava...
Até penso de mandar, um dia, às favas
O meu ser, ego-idolátrico e zarpar.
Ser mesquinho, despotista e desgraçado
Que se vê, sempre irado e descontente.
A vontade que me move é de, cansado
Abandoná-lo para a morte e bem urgente.
Sei que junto deste ato o meu castigo
Rei e escravo indivisível no jazigo
Me veria, mesmo assim sem liberdade.
Como posso me aturar nessa maldade
Ser escravo de mim mesmo sem saida
Liberdade não terei mesmo sem vida.