Minha Amiga, a Depressão
A passos firmes e precisos, eu caminho pelo parque sem me preocupar com o que há ao redor. Por muito tempo estive só, mas eis que me surgiu d'entre as minhas gavetas sombrias uma jóia de imensurável valor. Ela, pálida e com um sorriso instigantemente malicioso, me atraiu. E eu, desarmado, resolvi dar-lhe uma chance.
Ela possui as melhores músicas em sua memória, e sua lembrança é como um rio que me acalma. Seus dedos demonstram sensibilidade ímpar em aplacar-me os anseios que me destruiriam. Eu me alegro ao vê-la distante a tecer melancolia em seus pontos...
Ao ouvir os passos frenéticos dos homens apressados e das crianças mal-criadas, sinto, já um pouco queimado pelo sol dominical, que em breve desfrutarei de sua companhia a me deliciar com sua sinceridade e seu olhar de compreensão...