Uma reflexão tardia de ano novo...
Mais um ano teve início, com suas esperanças renovadas e seus sonhos a serem realizados.
Mais um ano se foi, deixando saudade de pequenas e grandes coisas e esquecimentos de outras tantas fadadas ao que passou...
No vai e vem dos anos, envelhecemos, amadurecemos, endurecemos, nos metamorfoseamos, nos descobrimos como nunca sonhamos ser, ou em alguns aspectos, exatamente o que sonhávamos.
As cores mudam, e não apenas a dos cabelos. Descobrimos que não há apenas cores primárias, não há apenas sim e não, bom ou ruim, amor ou ódio, que viver não é tão simples assim...
As matizes diversas se descortinam exatamente quando a “vista cansa”. Parece até que o uso obrigatório dos óculos nos faz enxergar sob novos prismas ou nos mostra novas formas de olhar, antes desconhecidas...
Antes dos dezesseis, não votamos; antes dos dezoito, não podemos ser responsabilizados pelas burradas que fazemos; aos vinte e poucos, nos formamos; aos trinta e poucos, somos ou almejamos ser profissionais respeitados no mercado de trabalho; aos quarenta, temos maturidade e dos cinqüenta em diante, descobrimos que de uma hora para outra nem somos tão bons assim...
É como se todo o conhecimento adquirido, toda a vida armazenada nos anos que vivemos, a biblioteca viva que somos, não valesse nada para alguns.
Muitos “velhos” se revoltam, outros se resignam e outros tantos, redescobrem o viver, se adaptam a seus corpos, curtem suas rugas e vivem cada dia não como se fosse o último, mas, como se fosse o único que valesse a vida ser vivido...