Convicções Desconhecidas

Venho endurecendo um pouco, desacreditando das coisas. Não tenho mais certeza de onde estou pisando, se estou realmente fazendo o certo. A verdade dentro de mim grita cada vez mais alto, porém tem sido necessário calá-la - já não posso deixar os vestígios a vista. Talvez falte compreensão ou então há muitas opiniões circundando a minha própria querendo me fazer mudar de ideia, quando na verdade, não posso deixar que digam por mim.

Tenho colocado fé no meu coração, além de muitas novas perspectivas, mas não posso negar a existência da saudade escrita dentro dos meus olhos escuros, da minha boca calada e nas estrelas que enfeitam a noite. Sou tão previsível às vezes! Pode-se dizer que enquanto o tempo passa, há coisas aqui dentro que nunca mudam, mesmo precisando serem mudadas. Não necessito que entenda minhas entrelinhas, mas que compreenda meu coração conturbado.

Há muito a ser dito, pronunciado nos mais altos e claros tons, no entanto não é permitido. E não me permito mesmo. Pode ser que haja inseguranças e receios demais aqui dentro para deixar vir à tona tudo o que tenho fugido, e não preciso dizer o que é, porque está estampado na minha cara. Meu sorriso não é o mesmo, meus olhos se tornaram cansados e o que há de quente em meu interior aos poucos se congela, na tentativa de se proteger. Não me julgue, sou apenas mais uma garota tentando se esconder das suas feridas.

Questiono sobre o amor sempre. Procuro por todos os cantos as respostas que eu já tinha, mas deixei escapar. Hoje, prometo que não vou me culpar, e sim, enxergar o que acontece como uma reação de atos meus. Não é questão de arrependimento, é só que não sei como lidar com isso. Afinal, como pude agir contra o meu coração? Eu não sou uma garota de razão, sou sentimento. A culpa me percorre não somente pelo fato principal, mas sim por mim mesma. Ganhei a dor e não por levar uma martelada por alguém, fui eu que tive essa capacidade.

Agora, não me resta mais nada senão a convicção de que um dia foi real. Além, dessa estrada sem fim que agora percorro. Sinto falta de tudo sempre. E dói muito sim. Mas, o caminho é longo e não dá pra pausar o incontrolável. Então, deixo os dias me levarem e assim me prendo naquele velho ditado: o que tiver que ser, será.

Bela Afonso
Enviado por Bela Afonso em 22/02/2012
Código do texto: T3514013
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