Aos Trancos
Eu não sei muito bem como tudo aconteceu, ando desnorteado, assim meio aos trancos. Os cacos de vidro ainda estão espalhados pelo chão da sala, fazem parte de mim, são meus pedaços. Não sei quanto tempo demorarei para juntá-los mas sei que jamais serei o mesmo .
Eu andava tranqüilo e há tempos que eu já não via pedras no caminho, infelizmente me distrai e tropecei nos meus próprios sentimentos. Num instante tudo estava cá dentro, quieto, adormecido e noutro veio a tona aquele gosto amargo na boca, lembranças daquele dia em que meus pés não tocaram o chão.
Num momento sentia borboletas no estomago e de repente nó na garganta. Logo eu que eu prometi jamais sentir novamente este gosto de fel e essa dor latejante no peito. Mas por mais que eu deseje escapar deste trajeto que eu comecei, não tenho forças para mudar de rumo.