GRÃO DE SANTIDADE

GRÃO DE SANTIDADE (UMA DEDICAÇÃO ÀS MULHERES)

Vitrine rosada, sedutora do meu amanhecer, se propagas em minha alma como ondas sonoras, repousa em minha mente como o toque da brisa marinha. És como o mel que se dar a saborear agravando continuamente meu paladar. Acolhe esta alma que te reflete a milhares de léguas; deusa morena, indígena, branca, amarela, de qualquer cor; imagem rosada do jardim mais perfumado. És um raio duradouro em cada lampejo do meu dia. Os luzeiros dos teus olhos clareiam na direção dos meus; a imensuralibidade do teu afeto aprisiona-me, mas me deixa livre para apreciar-te diariamente. Oh flor do Éden, janelas do paraíso, caravela dourada do oceano, âmago de jasmim e violeta inacabada. Elevas minha capacidade de sonhar e voar a altura do firmamento. Tudo isso para desfilar contigo nas passarelas do céu e dedilhar para ti uma viola santa em uma serenata em notas consonantes. Oh vizinha dos anjos, canora dos meus dias, companheira inseparável dos meus raios passionais, pedra de prata a brilhar no canto esquerdo do meu peito. És mais saborosa que a comida mais saborosa; és mais doce que o doce mais doce, és mais agradável que a melhor brisa. Teus pecados são incolores, tuas mordidas são indolores, a tua sapiência educa cada arremesso dos meus pés e sensibiliza cada célula do meu organismo. Meus cabelos tremem na tua ausência. Sou apenas um ser frágil que depende de ti para viver; minhas motivações mais profundas encontram razão também em ti fêmea humana, produtora da vida, agraciada, origem do mundo abaixo de Deus, oxigênio dos meus desejos e mãe dos meus filhos; maravilha matinal que surge com mãos cheias de aurora no raiar de um novo dia. Vem a mim com vestimentas coloridas com a cor da esperança. Humana fêmea, urbana, campesina, indiana, sangue de todas as cores; possui mãos saudáveis esbanjadoras de ternura, que multiplica a vida como fermento. Não és santa, apenas tens um grão de santidade preste a desabrochar para o mundo. És apenas mulher, e o mais tudo é possível.

CARLOS REIS SOUSA
Enviado por CARLOS REIS SOUSA em 17/02/2012
Código do texto: T3504491
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