Totalmente free?
Só havia um lugar onde poderia ser totalmente livre, vivendo do devaneio de seus próprios desejos. Tal lugar era a sua própria mente, seu fragmento de universo, onde poderia ser e pensar o que quisesse, ir aonde quisesse, amar e odiar a quem quisesse. Mas ainda assim conseguia criar campos minados nas linhas oblíquas dos seus pensamentos, estripando a livre iniciativa da sua imaginação com sua falta de humor, como quem eviscera violentamente a si mesmo, com o fervor e a ferocidade do desespero infundado. Queria poder quebrar os grilhões invisíveis, dissipar por completo sua mente em máximas cheias de liberdade imaginativa, asas mosqueadas de fantasias e ilusões. Apenas levar a vida ao sabor adstringente dos pensamentos dedilhados pelo sopro morno e suave das possibilidades.