Despido do meu Eu.

Eu preciso voar, mesmo que pra isso eu tenha que rasgar uma das minhas asas de sonhador, mas eu preciso ir. Preciso esquecer essas dores, os amores, os problemas. Preciso esquecer-me dessa essência bruta que me cerca, desses machucados e feridos constantes. Só queria minha essência de volta. O tempo roubou e esqueceu-se de devolver.

Preciso sumir do mundo, do alcance das pessoas, do meu próprio alcance. Estou em fuga do meu coração rebelde. À procura do meu único caminho, estou, mas confesso... Estou perdido. Necessito de uma faísca mínima de luz em meio a toda essa treva que cega meus olhos, os olhos da alma.

Eu queria não precisar gritar pedidos de socorro, mas... Tenho meus medos. No fundo sou um garotinho cheio de medo, pedindo por ajuda...

Às vezes me pego pensando o quanto dói ser quem eu sou. Me pego tentando ouvir as queixas silenciosas do meu coração, mas pra mim e talvez para os outros, elas sejam mudas e cegas, sem o menor dos sentidos.

Vejo as pessoas ao meu redor, à minha frente, ao meu lado, contra mim, como se estivesse numa estação de trem, esperando que o grande dia chegue para que eu possa embarcar sem destino, sem roteiro, sem que eu precise fazer sentido pra ninguém, nem mesmo pra mim.

E sinceramente... Dizem que o livre arbítrio existe. Realmente um dia quero poder fazer as escolhas erradas que esse ser errante faz, para que assim eu não precise me arrepender, pensar, pra que eu deixe de existir, pra que seja só uma lembrança, uma eterna lembrança dos meus dias...

Dedico a WK

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 14/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3497982
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