TEMPO
Sinto o seu frio pálido em meus pulsos
Gotas de sangue que são derramadas
Cristais de vida que esvaem
Lágrimas de dor que não voltam mais
Caso narciso que ficou para trás
Impressiono-me com tua versatilidade
Guerra perdida, sede insaciada, doença sem convalescença
Como chorar o que não foi?
Como relembrar o que não foi vivido?
Caos em dia ensolarado
Chuva perpétua sem julgamento
Condenação incontestada
Vida não vivida
Perdi. Serei pilhado
Escravo do incompreensível
Tomado pelo invisível
Peço-te apenas que a viagem seja tranqüila
Doce transição à escuridão
Contagem regressiva do que não teve início
Partida sem adeus
Nem beijo
Tampouco alegria
Colonizado por seus minutos, segundos
Tempo inóspito
Seu território foi ampliado.