Verdade

O que é a minha verdade?

O que é a tua verdade?

De onde eu venho, para onde eu vou e por que estou aqui?

Perguntinhas básicas de seres que não se contentam com uma verdade...

Eu penso muito em tudo isso, e quando pensava ter descoberto uma verdade, vinha outra e derrubava aquilo que eu achava ser a verdade plena.

Já fui um cara de igreja fundado sobre os conceitos cristãos, acolhi jovens com amor, e espantei jovens com o rancor que as vezes uma verdade pode trazer, através de fundamentalismos...

Depois me afastei por completo de Deus, me tornando um semi-ateu. Não acreditando na verdade no Deus que eu havia criado, e esquecendo daquele Deus que primeiramente eu tinha conhecido através do amor, união e irmandade.

Conheci dentro de movimentos cristãos a falsidade, mas também conheci a união, conheci a ignorância, mas também me deparei com a sabedoria, conheci o desprezo, mas também experimentei da humildade...ou seja, dentro de movimentos cristãos, como também de outras igrejas e seitas, todos exercemos aquilo que tentamos ser...ou seja...exercemos o dom supremo de Ser Humano.

As vezes se gera até uma contradição, pois como um ser humano almejar o divino, se não enxergar o divino no outro ser humano?

Me deparei muito com isso, mas não é sobre isso que quero dizer hoje, na verdade vim falar sobre a verdade. Mas qual verdade?

Afinal, crescemos numa sociedade, embasada numa cultura, adestrados numa escola e criados numa fé. Ou seja, minha verdade é uma, a do jovem de 30 anos chamado kubala que mora em moçambique é outra, que é diferente do Budista Kaizoto que mora no Japão, que é diferente do Krisnadarta que mora na Índia, que é desigual do Al-javi-muhar, que mora no Irã ( inventei os nomes, nem sei se existem, rsrsrs ) que não é igual a do Iajéri que mora na Amazônia Peruana.

Qual verdade é verdadeira?

As vezes temos plena certeza de uma coisa, até descobrir outra...tomamos um vinho tinto por nós apresentado numa pequena vila do interior, dai vamos para uma adega onde experimentamos vinhos diferentes e pegamos gosto pelos melhores. Daqui a pouco o verdadeiro vinho muda de rótulo em nossa mente e essa passa a tratar o novo como melhor. Ou seja, acreditamos na nossa mente...Nossos amigos que ainda não conhecem o novo vinho acham o da vila o melhor, não querem conhecer o novo, gostam do velho, e em suas mentes aquele é o melhor e o verdadeiro.

Ou seja, acreditamos sempre numa mente, que como o nome diz, MENTE. Criamos realidades e passamos a acreditar piamente em novas verdades, as vezes aplicadas em futilidades e egoísmos, mas tudo bem, são verdades para aquelas pessoas, não para mim.

Pensando filosoficamente então, a verdade é subjetiva? Acredito que sim, e ao mesmo tempo que não...rsrsrs...

As pessoas agem sobre sua verdade, mas nunca podem deixar de ser aquilo que somos, ou seja, seres humanos...Dai vem algo que infelizmente as igrejas quase não ensinam ( apesar de ser ai que poderíamos aprender ) , que as escolas nada falam ( sendo que aí poderíamos aplicar ), e que nas famílias não de vê ( sendo que aí que devia ser exemplificado ). Para realmente sermos humanos, é preciso deixarmos de ser aquilo que somos por natureza, ou seja, ser animal, e aí entra numa coisa e num detalhe que realmente empaca tudo, pois todas grandes religiões, culturas e até escolas ( consequentemente, famílias ) acreditam que somos seres divinos, e não somos, somos seres humanos, que eramos seres animais, apesar que tem muito ser humano que pensa que é divino é uma besta de animal, e tem muito animal que para nós vale mais que um ser humano, aquele animal de estimação que te entende é um exemplo, e tem muito ser humano, que age pior que animal, que nem sabe o que é ser humano e nem acredita num ser divino, ai o bicho pega, se juntar esse pensamento, com o pensar divino animal então é ainda pior, como se vê em teocracias, e em pensamentos fundamentalistas ( que temos em todas as religiões tá, não é só no islamismo não...)

Na verdade, é complicado falar sobre a verdade, entrei nesse assunto hoje, ao me deparar com verdades, que se acham verdades, e que são verdades para suas verdades...aliás, me deparo com isso todos dias, mas hoje resolvi escrever...

É ruim, quando você vê um ser, que se diz humano, agir com outro ser humano, como se ele não fosse um outro ser humano. Se pensarmos bem é até cômico. Imagine só que você tem uma queda por cerveja, bebe de segunda a sexta, e toma algumas de sábado e domingo, e por que vai na igreja, está na sociedade, e tem família, não é alcoólatra, daí critica a todos que são, que ficam no bar as vezes um dia da semana, chamando de bêbados. Ou seja, é um exemplo tosco, confesso, mas dentro da tua verdade, a realidade do outro é mentira, e a tua é verdade...estranho né...perdi conhecidos, que nunca ficavam em bares, e que não eram alcoólatras de insuficiência hepática ( nome chique e rico para não falar cirrose, a mesma doença denominadas ao mais pobres, rsrsrs ).

Temos que tomar cuidado com nossas verdades, principalmente com as falsas que na verdade não são verdades...as vezes tratamos a vida como um Big Brother, e sabemos muito bem quando estamos caluniando e mentindo, difamando coisas, que as costas, nós também cometemos.

Gosto de pensar na vida da seguinte forma, como já citei acima, como um grande teatro, um grande amigo, poeta-cantor que fez essa paródia da vida moderna...como se a vida, fosse um teatro, cada um interpretando aquilo que imagina ser, ou aquilo que tem certeza que é, e de repente, na morte, o que acontece, as cortinas caem, e ele fica de frente com o que realmente ele é, Deus estava na platéia, assistindo a tudo, vem até ele, e fala, e aí, você vai atuar aonde agora, no céu ou no limbo? Ele fala: - Mas não é o senhor quem vai me julgar? Deus, dá uma maravilhosa risada e diz:

" Dei a liberdade, o pensamento e o fato de vocês usarem tudo isso para o bem comum, agora você quem decide para onde vai, afinal, ninguém melhor que você para saber qual a sua verdade!!!"

Quando as cortinas caírem seremos quem realmente somos...mas quem precisa de cortina para atuar, ou para viver? Na verdade as cortinas, são nossas verdades, se entendemos a realidade do outro, compreendemos sua atuação diante dessa cortina, e aí que entra o supremo ato do ser humano...a compreensão, a tolerância, a paciência.

A grande verdade é uma só, e é difícil de afirmar, mas a verdade é que a maior verdade é que depois de escrever mais de 35 vezes a palavra verdade, mesmo sem saber se isso é verdade, cada um terá a sua verdade, o que temos que fazer, é apresentar a nossa, trocar cartões, e tentarmos fazer nesse mundão, bons negócios juntos. Dessa forma todos ganhamos e crescemos, numa relação comercial, chamada de ganha-ganha, que se aplicada na vida, todos ganharemos.

Obrigado a tolerância de você que até aqui chegou, leu e poderá acrescentar no espaço abaixo a tua verdade. Abraços poéticos.

Fernando Vieira de Camargo - 10/02/12 - 02:34