ENQUANTO HOUVER CARNAVAL
Cheguei atrasada para o carnaval da vida.
Não falo a língua do bloco do amor.
Na luta pela existência emudeci, saí à francesa.
Aquela lágrima de canto de olho
Virou enfeite da máscara das vendettas
Escondendo a dor da fuga.
Sou estranha ao mundo real e, desafino nesse carnaval.
O cordão dos mascarados já toma a avenida.
Não há estandarte para quem se esquiva.
Besteira nenhuma, só fantasias povoam as esquinas.
Nada se tem quando o nada é o que se exige.
Sinto no ar o aroma dos ratos e baratas que me solicitam
Para o banquete deste entrudo final.