A bela Sussuqui
Sussuqui é uma linda jovem, de olhos grandes, cabelos louros e pele branquinha. É bonita até perder de vista. Mas o que Sussuqui tem de bonita, ela tem, também, de teimosa.
Sussuqui já alcançou a maioridade e julga não precisar mais dar satisfação a ninguém, daquilo que pensa ou faz. Quanto aos pensamentos, tudo bem. Realmente, temos o direito de pensar e não revelá-los a ninguém. Quanto ao agir, é diferente, pois toda atitude nossa gera algum efeito nas pessoas que nos cercam, por mais simples e pequena que seja.
Sussuqui queria trabalhar. Começou no emprego. O salário era pequeno e ocupava muito do seu tempo. Saiu. Queria estudar para concurso público. Começou. Parou.
Sussuqui decidiu, um dia, que queria estudar. Conseguiu entrar para a faculdade. Mas, no meio do caminho, decidiu não continuar. Saiu. Queria estudar para concurso público, de novo. Todos sabem que concurso público é assim: tem gente estudando há muito tempo, para fazer prova, em concurso que nem sabe quando sai o edital. Demanda esforço e tempo, além de muita boa vontade.
Mas Sussuqui, às vezes, acha que as coisas não são tão difíceis. É, em determinado ponto, até interessante não ver dificuldade nas coisas da vida. Mas, também, é necessário ter temperança em tudo o que fazemos e em tudo o que nos rodeia.
As pessoas à volta de Sussuqui, aquelas que fazem parte de sua vida e que a amam, querem o melhor para ela. Pena que, muitas vezes, ela não entenda assim e, erroneamente, julga que elas estão lhe tolhendo, de alguma forma.
Dentre as várias coisas pelas quais passamos nessa vida, uma que merece destaque é o aprendizado, muitas vezes, confundido com experiência, não a nossa, mas a alheia. Creio que a confusão se deve pelo fato de que aprendemos muito, quando queremos, com as experiências alheias. Como já disse alguém por aí: “tolo é aquele que não vive das experiências alheias”.
A coisa funciona, mais ou menos, assim: alguém andou por certo caminho e caiu em um buraco. Por qual motivo outra pessoa tem que passar pelo mesmo caminho e cair no exato mesmo buraco? Ninguém responde. Mas é o que acontece, na maioria das vezes, quando não absorvemos as experiências vivenciadas por outros.
Sabemos que muitas pessoas erraram, quando não escutaram outras que passaram pelas mesmas situações.
Vejo que Sussuqui quer viver sua vida, vencer e, ao final, saber que fez tudo sozinha. Mas qual a vantagem disso? Vaidade? Orgulho? Também ninguém responde.
Enquanto isso, Sussuqui continua sua vidinha, ansiando ter sua casa, seu carro, sua independência.
Nós, que estamos à sua volta, continuamos orando a Deus e pedindo que Ele possa guardá-la, protegê-la e abençoá-la, todos os dias de sua vida, pois nós a amamos.