Triste confidência
Lamento o que vou confessar, mas preciso-o. Acabo de responder (= contestar) uma intervenção de talvez um "guardia civil"* camuflado sob pseudónimo num desses foros desaforados a respeito das reformas "educativas" que acaba de proclamar o ministro do ramo no governo conservador (= reacionário) do reino da "España", que preside um tal Rajoy.
Perguntava "numeritos" (o "pseudonomizado"), "delicadamente" (como costuma ele/ela/...?): "¿Pero hay algún profesor que se haya estudiado la Constitución?"
E eu respondi: "Bastantes. Alguns nos dias prévios ao da 'constitución inmaculada' [6 de dezembro, 'constitución"'; 8 de dezembro: 'inmaculada concepción da virgem Maria', feriado neste reino] líamos e comentávamos artigos muito interessantes e cumpridos no reino e pelas administrações do reino acabadamente, como esse que diz que todos somos iguais ante a lei, ou o outro que ordena que todos devemos trabalhar, além de ter direito ao trabalho, ou aquele que prescreve a tutela judiciária efetiva...
"E os meus alunos riam-se às gargalhadas. Mas eu reprendia-os, porque - lembrava-lhes - a 'constitución de 1978' nascera do consenso entre uns e alguns outros e ademais porque fora ratificada pelo rei, que era o posterior chefe do estado e que seguira o anterior chefe do estado, o ditador Francisco Franco, e por mandato dele.
"Então calavam convencidos..."
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(*) "Guardia civil" é, no reino da España, um corpo de polícia militar, não para "policiar" militares, mas civis. É nalguma medida representativo do que é este reino: acumulação de constradições. Outra amostra de contradições é a denominada "fiesta nacional", quer dizer, atividade pública para torturar touros até a morte perante o regozijo popular; é, portanto, atividade sumamente educativa...