O cérebro, sempre o cérebro
Nosso circuito neural define quem somos, e nos dá a representação mental de nosso existir.
Apesar de poderoso, nosso cérebro é uma coleção de evoluções aleatórias e assim não espanta saber que nosso todo-poderoso complexo neuronal possui uma infinidade de falhas lógicas. Mas continua sendo ele que nos permite existir em nossos múltiplos seres.
O cérebro além de poderoso é plástico o suficiente para que esteja sempre se reestruturando, fazendo novas ligações, desfazendo outras, e acreditemos ou não, sempre dormimos um pouco diferente mentalmente do que acordamos. Somos um mix de definição genética, o que nos dá uma linha mestra em nosso circuito neuronal final, mas somos também muito de nossa experimentação, em todos os sentidos, o que nos permite ter um cérebro parte determinação genética e parte experimentação e vontade.
Eu ousaria acrescentar parte prescrição genética e parte livre arbítrio. Nossa mente é tal que a parte determinação afeta e é continuamente afetada pela porção livre arbítrio. Nosso livre arbítrio é tal que não existe independente de nossa determinação genética. A realimentação positiva de ambos nos permite ser o que seriamos sendo também o que desejamos sabendo que também somos o que a experimentação do viver nos moldou.
Entendo que quanto mais tempo para pensarmos tivermos, mais racional poderemos ser e mais livre arbítrio teremos no realizar de nossa existência. Entendo também que quão mais urgente e corrida é nossa necessidade de decidir mais estaremos sendo o que geneticamente nossa mente é. Não sei se é exatamente o que acredito, ou o que gostaria de acreditar, mas é como moldo minha existência.
O quanto de cada um não sei precisar, mas entendo que varia de uma pessoa para outra, mas o que nos importa como humanos é a capacidade que nosso cérebro nos oferece de redesenhá-lo continuamente conforme nosso esforço, vontade e experimentação.