Fazendo do tempo meu escravo
Quero fugir para um lugar
em que a racionalidade aprisione a emoção,
em que as diferenças equilibrem-se no amor,
em que a dor não seja um prazer do inconsciente,
em que para aprender não seja necessário ter as lágrimas como combustíveis,
em que a felicidade não se condicione em um outro alguém,
em que perder não traga saudade,
em que a ausência não compactue com a derrota,
em que a glória não seja dependente da subversão de dignos valores...
Enfim, estou correndo e esqueci de ver que o tempo está correndo ao meu lado...
eu estou fugindo para que ele não cobre de mim
os meus vícios e virtudes.
Estou a correr, pois o tempo se lançou em meus braços,
mas deixei-o no meio do caminho para não vê-lo ao meu lado
ditando o que sou.
Ainda assim, oh tempo, tu ainda reinas em nossos dias...
Submeta o tempo a você,
não deixe que ele o transforme em seu escravo.