Fazendo do tempo meu escravo

Quero fugir para um lugar

em que a racionalidade aprisione a emoção,

em que as diferenças equilibrem-se no amor,

em que a dor não seja um prazer do inconsciente,

em que para aprender não seja necessário ter as lágrimas como combustíveis,

em que a felicidade não se condicione em um outro alguém,

em que perder não traga saudade,

em que a ausência não compactue com a derrota,

em que a glória não seja dependente da subversão de dignos valores...

Enfim, estou correndo e esqueci de ver que o tempo está correndo ao meu lado...

eu estou fugindo para que ele não cobre de mim

os meus vícios e virtudes.

Estou a correr, pois o tempo se lançou em meus braços,

mas deixei-o no meio do caminho para não vê-lo ao meu lado

ditando o que sou.

Ainda assim, oh tempo, tu ainda reinas em nossos dias...

Submeta o tempo a você,

não deixe que ele o transforme em seu escravo.

Ingrid Campêlo
Enviado por Ingrid Campêlo em 28/01/2012
Código do texto: T3466622
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