Por ti, eu me esqueço

Somente um olhar e nada mais...

e longe eu fui de mim.

Eu encontrei em teus olhos

um desejo sagaz,

a boemia da noite,

e a tempestade do meu querer.

Eu vi o meu tempo passar,

eu encarei o devir dos meus dias,

e contemplei a arte de saber viver encenada

do nascer ao pôr-do-sol.

Nada mais que o teu olhar,

direcionou minha razão,

fez brotar uma canção

do silêncio dos teus passos.

Há um brilho que resplandece em meu rosto

quando sinto o teu aroma a tragar a solidão,

quando ouço tua voz a calar todos os sons da natureza,

quando tua presença embaraça toda definição de beleza,

pois tu és a perfeição que atrai o céu estrelado.

Este teu olhar que não foge de minha memória,

faz de mim o que quer,

cega a minha razão,

e impede-me de ver além de ti o que ainda posso ser.

De tanto esperar por aquele olhar,

esqueceu-se de olhar para si.

Será que sabes algo de ti?

O que encontras quando olhas para o que tu chamas de "eu"?

Ingrid Campêlo
Enviado por Ingrid Campêlo em 26/01/2012
Código do texto: T3462967
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