Por ti, eu me esqueço
Somente um olhar e nada mais...
e longe eu fui de mim.
Eu encontrei em teus olhos
um desejo sagaz,
a boemia da noite,
e a tempestade do meu querer.
Eu vi o meu tempo passar,
eu encarei o devir dos meus dias,
e contemplei a arte de saber viver encenada
do nascer ao pôr-do-sol.
Nada mais que o teu olhar,
direcionou minha razão,
fez brotar uma canção
do silêncio dos teus passos.
Há um brilho que resplandece em meu rosto
quando sinto o teu aroma a tragar a solidão,
quando ouço tua voz a calar todos os sons da natureza,
quando tua presença embaraça toda definição de beleza,
pois tu és a perfeição que atrai o céu estrelado.
Este teu olhar que não foge de minha memória,
faz de mim o que quer,
cega a minha razão,
e impede-me de ver além de ti o que ainda posso ser.
De tanto esperar por aquele olhar,
esqueceu-se de olhar para si.
Será que sabes algo de ti?
O que encontras quando olhas para o que tu chamas de "eu"?