Utópica liberdade
Sinto-me como uma borboleta que anseia pela sua liberdade
em cada novo dia...
Sustento em mim tropeços e enganos,
sonhos e ilusões,
sorrisos e lágrimas,
acertos e enganos,
cobiças e majestade,
luxúria e timidez,
paixão e dor,
amor e ódio,
perdas e conquistas,
amores e casos,
encontros e acasos,
ventanias e promessas...
Sustento e carrego em mim pedras que compõe o meu caráter,
lapidam minh'alma, exercem pressão sobre o que sou e definem o meu amanhã.
A liberdade habita em mim,mas não a possuo.
Mas o que é liberdade, se quando a buscamos, veneramos a dor inconsciente,e aceitamos sermos escravos de sonhos e paixões?
Complexidade humana que banaliza a liberdade,
que discursa suas utopias libertadoras, enquanto torna-se servo
das suas lágrimas e ilusões.
Sustentamos o que nos oprime,
acompanhamos o caminho que nos leva até as contradições do que é viver e morrer.
Repetimos palavras e promessas
mas erroneamente trazemos esta pedra aos nossos pés,
e dela nos tornamos seus protetores.
Atacamos nosso ser quando vícios e virtudes se confrontam,
buscamos nos libertar desses ataques,
mas em nosso mais íntimo concordamos que nada temos de seres livres e completos.
Quando cultivamos emoções, sentimentos,lendas dos seres humanos,
e mergulhamos em um mundo irreal, a abstração nos consome,
e nos estagna por tempo indeterminado.
Concorda com suas vontades quando elas te dizem para seguir,
quando o que você mais quer é ficar?
É nesse lugar ilusório que continuará se assim permanecer reagindo.
Eu nada sei, eu nada tenho,
eu tudo temo...
Temos não mais ser o que sou,
temo sentir a saudade que sinto de mim quando fujo
para que a dor nao me alcance,
quando liberto-me para mudar em mim formatos ingênuos e indefesos...
Liberdade onde tu estás?
A borboleta que está em mim esta voltando ao seu casulo,
pois o ar que a conduz por este céu estar turvando sua visão,
e esta pedra que ela carrega esfria sua essência,
corrompe suas forças,
no entanto sei que ainda continuo a voar...
Estou voando por ares turbulentos,
ventos confusos,
ventanias contrárias,
que me levam a dor e ao prazer.
Não deixarei de voar, ainda que prefira
o casulo das minhas próprias teorias e opiniões.
Permanecerei assim,
e quando alguém descobrir como desamarrar esta pedra do calcanhar
da minha mente avisa-me,eu estarei refletindo...
Refletindo e questionando:
- Quem terá mais força?
O peso da rocha, ou o anseio de viver da humilde borboleta que sonha com sua liberdade quando a cada novo degrau alcança?
No final de tudo, concordamos todos que a liberdade é a abstração do ser e o inalcançável sonho universal.
Você e eu anseiamos,
mas a plenitude é nossa companheira?