O ASILO
O ASILO, É O EXILIO DE MINHA ALMA, A PRISAO DO MEU CORPO.
O ABANDONO DO AMOR, A DERROTA DO SANGUE, É MINHA CASA.
MINHAS MAOS ENRRUGAS TREMEM NO CALOR DE MEU DESESPERO
A DESESPERANÇA QUE TOMA CONTA DE MEU CORPO CANSADO E SÓ
ME FAZ COMPANIA NAS NOITES DE MEOMÓRIAS
QUANTOS ABRAÇOS E BEIJOS QUE NÃO ME LEMBRA TER DADO NO PASSADO.
QUANTAS VEZES ME OLHO E NÃO ME VEJO, SINTO QUE ME PERDI EM ALGUMA ERA
EM ALGUM BAR, EM ALGUMA ALCOVA, EM ALGUMA PAIXAO TROCADO POR MOEDAS
A BARBA BRANCA QUE EM MIM CRESCE APAGA TODA MINHA HISTORIA
ME FAZ LEMBRAR COM DIFICULDADE DO QUE PRECISO HOJE
ESQUECIDO POR QUEM EM AMOU, DEIXADO POR QUEM DEI CALOR E ABRIGO
ESTOU VIRANDO PÓ
A MORTE AO MEU LADO, PACIENTE E SOTURNA
JÁ NÃO VEJO DESENHOS NAS NUVENS, AS ONDAS DO MAR JÁ SECARAM
TODA MINHA VIDA SE ESVAI COM AS LAGRIMAS
AS DOENÇAS QUE PERMEIAM MEU CORPO NÃO ME FAZEM SOFRER MAIS DO QUE MINHAS AMARGURAS
NÃO ME LEMBRO MAIS DE TI
QUE ME FEZ ACORDAR A CADA MANHA COM UM SORRISO NO ROSTO E UMA ANSIEDADE PAR TE VER.
QUANDO ERA JOVEM ME APAIXONEI TANTO, AMEI MAIS AINDA
QUANDO ADULTO ME SENTI SOZINHO E ARREPENDIDO
E AGORA NÃO ME SOBROU MAIS NADA.
O PERFUME DAS FLORES NÃO ESTAO MAIS EMPREGNADOS EM MINHAS MAOS.
SUAS CORES SUMIRAM
AO LONGE OUÇO UM LAMENTO, UM SOPRO DE VIDA ESVAINDO COM O VENTO
NÃO QUERO PARTIR, MAS PRECISO
JÁ PERDI TUDO QUE TINHA, E NÃO VOU CONQUISTAR MAIS NADA
QUANDO FOR TOCADO PELA MORTE, TEREI VIVIDO PELA METADE
E ME VOU COMO VIM, SEM NINGUEM SE DAR CONTA.