A VENDA
Seja sincero com o seu coração e responda: O que você faria por dinheiro?
Venderia a dignidade? Os sonhos? Os projetos pessoais? O corpo? A mente?
Desculpe se minha proposta te pareça grossa e mal educada, mas é que o que vejo na sociedade de hoje dá a impressão que tudo, repito, tudo tem um preço.
E aí, vejo pessoas venderem tudo, desde o corpo (numa prostituição consentida e familiar) até a dignidade de "suportar em nome do status".
Vejo crianças sendo acostumadas, desde tenra idade, a se "divertir" em shoppings e a negociar a nota da escola, como se a vida fosse um grande negócio.
Há também, as meninas que se "apaixonam" pelo carrão do menino, sem com isso se preocupar com o caráter deste mesmo meninão.
Sem falar nos chefes de família, que se acabam de trabalhar em nome do preço do sustento do consumo, esquecendo que há um outro preço que o dinheiro não pode pagar: O afeto e a presença.
Ter um filho com o "bem sucedido" da situação é um lance de sorte, não importa a vida que não pediu para nascer como um negócio.
Há a proposta do chefão, que em nome de um cargo melhor, deixa em segundo plano a seriedade da alma que vai além do corpo.
E os templos religiosos... Hoje dinheiro é sinônimo de fé, ou seja, quanto mais se tem, mas se "tem deus", numa corrida transloucada de multidões que "investem o tudo" em nome de um reino na terra.
Escrevo estas linhas pensando em Nilza, uma jovem de 21 anos, noiva de Jair, que com muita dificuldade está na fase de acabamento da pequena casa que vem construindo há alguns anos no subúrbio carioca. Tudo caminhava bem para o casamento que deve se realizar em outubro, até que Nilza, recebeu uma proposta para viver um "caso" com um bem sucedido empresário carioca. A principio ignorou, mas com a insistência, e os presentes, se sentiu tentada. Decidiu se abrir com amigas que a aconselharam a aceitar. Depois confidenciou com a mãe, que prontamente respondeu "Minha filha, os tempos são difíceis, pense bem. Trata-se do seu futuro. Jair é muito bonzinho, mas é um mecânico... Que segurança você pode ter com ele...".
Mais nada a declarar nem a escrever...