Quanta desilusão!

Embora meus pés estivessem exaustos, não hesitei! Andava como se a tranquilidade acompanhasse meus passos, rua após rua. Parava um pouco. Pensava. Escolhia antecipadamente as palavras caso meu objetivo fosse alcançado. Ver você de longe já acalmaria meu coração. Mas um sentimento mais nobre almejava por um pouco mais. Queria poder tocá-lo. Abraçá-lo. E, se possível, beijá-lo, ao menos no rosto. Pensamentos a parte, eu continuava andando... E só de chegar naquela rua, certa emoção tornava-se evidente. Logo na metade da rua, faróis de carros e motos tentaram me impedir de identificar um casal de mãos dadas. Infelizmente, o coração não se engana, e conhece perfeitamente quem o habita no decorrer de longos meses. Foi quando me dei conta que ambos se soltaram rapidamente. Por respeito? Constrangimento? Não compreendi. Mesmo intacta, começava a desfazer os passos da angústia. Porém, dessa vez, a caminha será dolorosa. Além de ter que lidar com os pés cansados, agora eu tento conter um coração machucado.

Uma vida entrelinhas
Enviado por Uma vida entrelinhas em 15/01/2012
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