Mais um texto pra avacalhar o amor (porque todo mundo já fez um assim)

(Aviso: texto com palavrões)

"Ruim sem, muito pior com". Hum... Tentemos algo melhor, palavras do grande Raulzito: "ninguém neste mundo é feliz tendo amado uma vez", é, tá bom. Na minha modesta opinião, ganhada nesses curtos 21 anos de existência, o amor é a segunda coisa mais cheia de tabus nesse mundo, a primeira seria a vida e o terceiro, o sexo. Mas, na verdade, os três têm o mesmo tabu raiz, do qual sairiam todos os outros: Por definição, inquestionavelmente, os três são bons. Particularmente não vejo porque, mas isso é o Brasil, aqui quem manda são os hormônios, não a lógica.

Pois bem, comecemos a dilacerar o amor por esse tabu, então (nos outros dois, meto o pau mais tarde). Eu poderia dissertar com exemplos, mas acho que todo mundo conhece uma história de alguém que tomou no lá de trás por amor, a não ser que a pessoa seja órfã, não saia de casa e não tenha televisão, esses seriam os monges, que já saberiam que o amor é uma bosta e por isso se isolam. Que seja. As pessoas vivem se perguntando como passar pelo amor sem se estrepar, de maneira prática, suponhamos que existam quatro caminhos de como se lidar como o amor:

1- Ignorá-lo. Alguns românticos céticos (se é que faz sentido alguém assim) diriam que isso é humanamente impossível. Para esses chatos, usemos termos mais destrutivos então: destruí-lo, reprimi-lo, esmagá-lo, atacá-lo, algo como fazer como que ele não exista;

2- Aceitá-lo, mas sem ceder a ele;

3- Ceder, mas sem ter sucesso com ele;

4- Ceder e, por alguma macumba da natureza, fazer um par (ou um trio, solo, quarteto, trinca, fullhouse, straightflush ou o Diabo, não sou preconceituoso).

Agora a grande verdade: De todas as opções acima, todas dão errado. Você indubitavelmente há de ferrar vossa digníssima bunda. Não que na vida haja muitos dilemas diferentes, mas já disse que não vou atacar a vida aqui. Ao invés disso, discorrerei cada caso:

1- O mais prático e direto. Racionalmente é o mais simples, mas decisões diretas nunca deixam descendentes férteis. E a Natureza (chamem-na de Força, Entropia, Deus, Evolução, Big Bang, Jebus, Abdamalê-Jeremias, não importa) não quer isso, quer dizer, que se dane se as pessoas tomarem no cu, elas têm que se reproduzir, têm que mentir para si mesmas que podem vencer a entropia. Não que seja realmente impossível destruir o amor, mas os raros que conseguiram estão meio entediados. Isso fora o preconceito. Faz sentido, não é justo, você parasitou seus pais e o mundo durante toda a sua infância, sem trabalhar, todo mundo gostava de você, você já curtiu seus quinze anos de glória, agora vai ter que pagá-los durante mais sessenta. Celibato, roubo, suicídio, assexualidade, fugir com a empregada, virar um monge na Mongólia, isso é tudo trapaça, seu sujo(a), você vai ser odiado pela sua família e amigos, antes fosse desempregado. A saída plausível seria aproveitar que não há namorada(o) para te encher o saco, então você poderia aproveitar o tempo e o excedente de capital para engordar seu porquinho, muitos homens e mulheres já foram por esse espetacular caminho, alguns dos quais até tiveram relacionamentos estáveis depois disso, quase como se seus cônjuges fossem contratados ou mesmo bens de consumo (falo de ricões homens e mulheres), outros preferem se focar nos outros bens. Mas para chegar lá precisa de sorte e pior, vencer a preguiça. Vá em paz;

2- Conviver com o amor, mas sem deixar ele influenciar suas decisões, atitude meio ilógica, de cara. Na verdade, é até sábia, você usa o amor como brinquedo, mas toca adiante racionalmente como se nada tivesse acontecido, ganha motivação e não faz merda. Bom demais para ser verdade? Claro, a Natureza já pensou nisso. O que acontece, das duas uma, ou você acaba se deslocando para qualquer outro dos três caminhos, ou você sofre de uma maneira bem estranha. Na prática, a vida te dá uns puxões de orelha e você nem sabe por quê. Dizem que o meio de se dar bem com essa segunda opção é bem simples: bar. Atitude recomendada por universitários, astros da música em geral, pelo pessoal da meia-idade e outros que tomaram essa segunda medida, solteiros e casados, tiro e queda;

3- Vou ser bem direto, se você escolheu esse caminho (ou o quarto), você é uma ANTA!! Desculpe, precisava desabafar, nada pessoal. Esse o fim é simples, você chora, chora, chora. Ponto. Dar a volta por cima, possível, mas improvável. Seguinte, entre para a mídia pop. Vire cantor, escreva um livro, trabalhe na MTV, faça um seriado Disney, qualquer coisa colorida e animada que envolva dor de corno, mas para adolescentes (tecnicamente, mire num alvo mais amplo, entre os sete e trinta anos, mas hoje em dia tudo isso é adolescente, afinal quanto mais tempo a gente é vagabundo, irracional e repulsivo, melhor pra gente, certo?). Parece idiota, mas funciona (temo o dia em que os videogames serão influenciados por essa onda). O problema é que em dois meses, depois de planejar até filme, você tá na rua. Economize uma boa graninha no seu tempo de sucesso com música pop que tudo acaba bem;

4- O tão sonhado amor correspondido. A pessoa ingênua de longe vai pensar que esse caminho é o certo em que as pessoas se dão bem em tudo mais. Não é assim tão simples. Se fosse, o PC Siqueira, que tinha namorada durante a primeira edição desse texto, não esculacharia o pobre coitado do amor. E não é o único (voltemos a mencionar o Raulzito e suas músicas). O fato é que você pode estar se ferrando nessa situação e não saiba. Quer tirar a prova? O método mais direto é contabilizar. Se você é homem, por algum impulso pré-histórico (vulga "burrice") você, como cavalheiro (engraçado que os protestos pela igualdade feminina nunca falaram em "damismo", até já pesquisei essa palavra no Google, mas...) vai abrir a porta, elogiar e gastar só Deus sabe quanto em porcaria, de sorvetes a jóias. Mulheres não ficam atrás, mesmo que os homens sejam burros a ponto de pagarem tudo (inclusive a gasolina), elas têm um sério problema orçamentário, os caros dez quilos rotineiros de maquiagem usados para se sair na rua, por convenção social, mudam automaticamente para 25. Isso é bem ruinzinho. Pra piorar, namoro é que nem ter um gato, ora um quer carinho, ora o outro, nunca os dois. Daí que começa os "você não me ama mais", "não encha o saco", ciúme, briguinhas e por fim a hoje tão popular guerra dos chifres. Se você acha esse tipo de brincadeira divertido, vá em frente e que Abdamalê-Jeremias te acompanhe.

Para esse último caso, há outros desfechos. Um bastante comum, seu namorado(a) é um(a) tremendíssimo(a) filha da puta (parto do pressuposto que você, leitor(a), não seja). Aí é aquela festa, seu namoro pode durar anos, ele(a) te traindo, vocês se encontrando, tudo na boa. No entanto, no dia em que ele te engravidar e ir pra onde Judas perdeu as botas ou ela conseguir 248,7% do seu salário mensal com pensão de divórcio (mesmo que vocês não tenham filhos, acredite, É POSSÍVEL!!!) você notará que há alguma coisa de errado. Amor é como política, você pode tentar, mas quem se dá bem mesmo é só FDP. Outro ainda mais implícito é justamente o suposto desfecho perfeito: vocês dois são pessoas decentes, se amam, ninguém toma o espaço do outro. Mas quem surge no horizonte nesse instante? Nosso amigo Abdamalê-Jeremias, o próprio!!! Sabe como é, ele vê sua historinha mamão-com-açúcar e ele, um sádico fã de comédia estilo Simpsons, fica meio entendiado e resolve jogar um foguinho no circo. Pois é, se seu namorado(a) não for uma praga psicopata, mercenária, parasita, ingrata, problemática que te destruirá a ponto de você perder sua vontade de viver, ora, os filhos estão aí pra isso. E tem gente que ainda acredita que filho sustenta os pais na velhice em pleno século XXI. Quer dizer, acreditar mesmo, mesmo, uma pinoia, isso é mais uma desculpa pela burrada em si. Você fez filhos, aceite, se f*deu. Você vai aturar as atitudes mais mimadas e ainda responderá choro, teimosia, socos, pontapés, tentativas de homicídio, mijo na cara e tudo mais com beijos, abraços e comida de graça. Quer criança vingando, more na roça, ou num período histórico em que as pessoas fossem menos cínicas, pelo menos, afinal ninjas, hoplitas espartanas e cavaleiros medievais começavam seu treinamento aos sete anos e isso enquanto suas noivas passavam cozinhavam, etc, elas aos cinco anos (essa afirmação não é um apelo ao machismo, não distorçam esse texto, foquem-se em atacar minhas ideias e os palavrões).

Bem, não vou concluir nada, expliquei o que eu queria. Mas lembre-se, se você se fudeu no amor, sorria, agora você sabe que não tem como evitar isso ;D (se alguém ler isso, não dou dez minutos para meterem o pau em mim por esse texto...)