Tarde

Crespúsculo de anseios

momentos difusos

entre o insólito e o diário

Tarde de sonhos

Silêncio... as amálgamas linhas do tempo cerram

a partícula finita da vida

a membrana ignota da existência!

Tarde ingênua de verão

onde todos os sabores se exaltam

onde todos os aromas remetem

amores indissolúveis, calmaria e solitude

Vida pacata... sem muita euforia

Quantas tardes ingênuas passamos

contemplando debilmente o correr das horas

soletrando inutilmente o mesmo tedioso refrão,

tardes tediosas!

Ainda é preciso selar

ainda é necessário compreender

que a vida dispõem dessas coisas

Talvez para nos alertar

ou para nos ensinar

a dar valor aos momentos da vida

em que realmente esquecemos das horas

para que a partícula finita da vida que cerra, também vibrar!