Disciplina é liberdade.

Acabei de preparar umas almôndegas deliciosas. É que hoje amanheci faminta por carne. É sempre assim quando estou malhando, o corpo pede.

Daí, fui ao supermercado fazer umas comprinhas e de lá direto para cozinha. Escolhi umas músicas e coloquei as mãos na massa. De repente, estava toda feliz, cantarolando. A verdade é que preciso de certa rotina para me sentir bem e quando estou de férias, fico meio perdida, perco a noção do tempo. Durmo tarde, acordo mais tarde ainda. Troco literalmente o dia pela noite, e não sei exatamente o porquê, mas acredito que isso não me faz bem.

Por isso, decidi em 2012 manter uma rotina mais equilibrada, com tempo para fazer algumas coisas que são importantes para mim. Como, por exemplo, praticar exercícios, preparar uma comidinha mais saudável, ler, escrever, fazer pequenas arrumações na casa, cuidar das plantas, praticar um pouco de arte manual.

Tenho pensado muito naquela música do Renato Russo: “Disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem...” Pura verdade, a disciplina, ao contrário do que pensam muitos, auxilia o exercício da liberdade. Ter um horário para acordar, uma agenda a cumprir, obrigações caseiras, deveres cotidianos compartilhados com outras pessoas nos torna focados.

Se os pais acreditassem nisso. Que a disciplina pode libertar, ensinariam os filhos, desde pequenos, a ocuparem o tempo com coisas produtivas, com atividades que pudessem estimular a mente, o coração, atividades que pudessem criar vínculo afetivo.

E não estou falando daquelas atividades corriqueiras, comuns a quem estuda como ir ao inglês, a natação, ao balé. Falo de atividades nascidas na necessidade da própria criança, do próprio jovem, da família e amigos.

Sem querer ser saudosista, eu sei que os tempos são outros, mas no tempo das coleções era tão mais fácil o vínculo entre pais e filhos. A família se empenhava em completar a coleção de selos, de figurinhas, de bolinhas de gude, de insetos, de tudo quanto a imaginação ousasse juntar.

E, sabe, não acho tão difícil atrair a atenção das crianças e jovens para atividades mais estimulantes que a internet. Não é difícil, mas demanda um pouco de criatividade e a cooperação dos adultos na organização e no compartilhamento de interesses. A culinária, por exemplo, está super na moda, por que não motivá-los a receber e cozinhar para os amigos deles. Existem receitas muito fáceis, pratos temáticos, massas Express para pizza, temperos, molhos deliciosos e rápidos.

Quase todo condomínio possui área reservada de lazer, muitos contam com cinema, churrasqueira e espaço gourmet. Por que não proporcionar ocasiões onde eles possam utilizar esses espaços para competir, jogar, dançar, interagir.

Não importa o que seja, importa que eles descubram que em um dia cabe mais coisas que ficar olhando sites de relacionamento ou praticando jogos virtuais. Qualquer virtualidade perde o poder de encantamento diante da adrenalina de uma rotina intensa e prazerosa.

09/01/2012

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 09/01/2012
Código do texto: T3430980
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