DESALENTO

O que antes era amor agora é dor.

Eu olho o céu e vejo passaros pairando sem destino,

deixando-se levar pela força do vento,

e acho que é exatamente assim que estou.

A vontade que tenho é de encontrar alguém que me ajude a entender esse desafeto. Que me ofereça o remedio para esse veneno que vai destruindo todo o meu sentimento.

Eu tenho medo do desencontro. Porque o tempo age muito rápido,

e faz tudo acontecer numa velocidade que muitas vezes não conseguimos acompanhar.

Me sinto só, sem o que antes mais me alimentava a alma de sentimentos singelos, de obediencia, de plenitude.

Acho que o Renato tinha mesmo razão: a gente cria nossos proprios monstros. Me sinto totalmente assombrada por eles.

Eu só queria a paz de estar em sintonia, de enviar e receber dados sentimentais que edificassem minha alma.

Mas nada disso parece possivel.

De repente a vida ficou sombria e sem razão. Como na adolescência.

De repente, estou desacreditada, dos sentimentos prometidos.

Vem essa voz silenciosa e me diz outra vez: vai, lança-se ao precipicio.

Mas estou madura. Isso não é real. Não vou deixar que isso aconteça denovo. Faz muito tempo. Eu estou melhor e mais forte agora.

Não quero mais essa lamuria, nem essa tristeza morbida em meu coração. Quero sorriso e risos.

Mesmo sem entender porque esta volta, eu estarei lutando contra ela. Me nego a tristeza e a solidão e vou dar um sentido a vida.

As armas eu carrego comigo. Eu sei manusea-las com perfeição e me torno imbativel com elas nas mãos...

Carla Veloso
Enviado por Carla Veloso em 09/01/2012
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T3430815
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