Nas profundezas, cave !

Abro os olhos nesta manhã tão cinza e não enxergo nada além de ódio, sofrimento e dor por ver minha garotinha se esvair de minhas mãos, queria tanto fazê-la compreender que sempre estive impreterivelmente errado mas dessa vez estou inquestionavelmente certo, depois de tudo que passamos, é como se tivéssemos corrido pelo grande prêmio; vencido e fugíssemos do pódio como o diabo foge da cruz. Incertezas tão grandes para uma vida tão curta, mas tão curta que temos que vivê-la realmente, e não deixar que vivam ela por nós pois só tenho uma e não a descartarei ou abrirei mão em hipótese alguma. Ainda sinto meu corpo simploriamente anestesiado; apesar de ter se passado tanto tempo, as folhas ainda me fortalecem e ao mesmo tempo sei e sinto que me destroem, ligeiramente semelhante aos pactos demoníacos, ajuda instantânea que te enfraquece posteriormente e rouba a sua alma e a leva para as profundezas. Muitas pessoas seguem ideais alheios, religiões e doutrinas que não as pertencem, não entendo sinceramente o motivo, os seres são únicos em qualidades e principalmente em defeitos, talvez seja como Platão postulou, somos um reflexo medíocre de algo perfeito que está em um mundo ideal, e enquanto não posso alcançar este ideal, vou vivendo com o meu próprio, simples mas me faz feliz. Viver por sí só, este é o meu grande ideal.

Leonardo Quintino
Enviado por Leonardo Quintino em 09/01/2012
Código do texto: T3430390
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