Anjos da guarda
Em um passado bem próximo, por uma atitude imediatista e medíocre da minha parte, decidi que não dirigiria a palavra a você por um longo período. Pelo fato de ter contribuído para a existência de algumas feridas quase sem cicatrizes. Feridas abertas por acreditar em uma concepção de viver, e querer que os circundantes que significam, seguissem também. E, contrariando meu modo de ver, essa não é bem a realidade. E mesmo tarde, começo perceber isso aos poucos. Mesmo assim, continuo exprimindo meus ideais. E palavras ainda não obtêm êxito. Gestos ainda continuam abalando as demonstrações de carinho, dentre tantos outros fatos. Atualmente, com uma visão totalmente distinta, creio que eu seria estúpida se eliminasse você da minha vida, por escolhas que você vem optando ao decorrer da sua vida. Simplesmente por ter uma maneira de ver diferente da minha. Embora você não admita, quando te observo sinto algo não muito inteligível. É quase que um sentimento de compaixão misturado com um de culpa e raiva. Não sei bem a definição, apenas sinto que sem apoio seria muito pior. E eu quero estar do seu lado quando chegar à conclusão que não trilhou um caminho frutuoso. Quero te oferecer meus ombros e meu colo caso seja necessário. Afinal, hoje ainda não consegue dar credito a nada disso. Ainda assim, não desisto. Mesmo que no silêncio ou até mesmo com um só olhar te alertarei. Um motivo pra isso? Faço isso pelo simples fato de querer o bem de alguém que em algum dia, em algum instante, contribuiu para a existência de um sentimento recíproco e verdadeiro.