Um momento
Me dei conta de que os dias jamais passam sem deixar vestígios, de que jamais vivenciamos momentos, por mais insignificantes que se pareçam, sem respirar uma nova idéia, uma nova forma de pensamento, um novo momento.
Hoje me dei conta de que já estou nos meus dezoito anos, e não entendo a forma como eu pensava quando tinha menos do que isso. Não sinto como se realmente tivesse amadurecido, pois na época eu me sentia tão convicto, tão seguro do que estava sentindo, que estaria mentindo se dissesse que estava sendo infantil.
As vezes eu busco sentido nas coisas que tenho vivido, é aí que me encontro novamente perdido, pois me dou conta de que todos esses desejos são extremamente subjetivos, afinal de contas, porque buscar sentido em algo que você vivencia, já que um homem que sabe de tudo, não haveria mais descobertas para conhecer, não haveria mais buscas para fazer, um homem que já sabe de tudo, simplesmente não deveria sorrir, chorar, amar, odiar... simplesmente não deveria existir.
O amor nunca foi uma dificuldade para mim, eu jamais pensei que sozinho eu poderia seguir, porém jamais me arrisquei a definir por quem eu gostaria de me apaixonar, embora as vezes inconscientemente, eu tentasse me esforçar para encontrar alguém, no qual eu possa confiar. Mas o amor em sí? Não é algo em que eu possa confiar.
Um momento, num obturador mais aberto, em uma velocidade alta, pode ser o suficiente para trazer à tona um sentimento de esquerda, ou direita, já que não existe meio termo, já que não existe o que é bom ou ruim, apenas a possibilidade de termos uma imagem clara ou um tanto escura.
Por um momento tive bem claro em minha mente, o motivo que me traria aqui para escrever este texto, porém assim como minha vida diariamente, eu me dei conta de que talvez meu atual conhecimento não seja capaz de descrever tal momento. E isto simplesmente porque todas as vezes em que realmente abro meu peito, meu coração, para descrever algo que penso, me dou conta de que tudo é muito mais profundo, e de repente eu não sei mais o que pensar, simplesmente me aventuro em minhas idéias, e escrevo sobre esse novo mundo o qual acabo de entrar.
Hoje, quem eu sou? Concerteza não sou o mesmo de um momento anterior, mas penso que as vezes vou tendo mais medo, medo desses novos momentos, fico assustado de jamais recuperar momentos, de ser tarde para alcançar o que almejo. Mas, o que eu seria se não tivesse de passar por isso? Não sei.. por mais que tudo soe muito repetitivo, nada nunca pode ser perfeitamente reproduzido, nem mesmo a mais avançada tecnologia audiovisual é capaz de fazer isso, quem dera eu, um mero aspirante à escritor, perdido. Um momento para encontrar um novo caminho...