DESASTRES ANUNCIADOS, QUEM SOBREVIVE A ELES?!

Nesse período do ano, em épocas de "El Niño" ou "El Niña", o Brasil devia ter um plano de contingências capaz de trazer resiliência necessária aos locais normalmente afetados por seus efeitos. A maioria dos locais hoje afligidos pelas chuvas e inundações já faziam parte de um mapa de risco dos fenômenos. Quando as águas do Pacífico esfriam as chuvas intensas caem sobre a Região Norte e Nordeste, quando esquentam são o Sul e o Sudeste que sofrem. Quando chove na região superior do mapa brasileiro em contraponto há estiagem e seca nas outras regiões da parte de baixo e vice-versa. É preciso que o Governo Federal, Estados e Municípios se unam, antes de o evento adverso se manifestar, ainda no período da normalidade para evitar que tais danos, materiais e humanos, tragam os prejuízos sociais, econômicos e ambientais que estamos vendo. É sabido também que em média para cada R$2,00 gastos em prevenção, R$150,00 são gastos em resposta e recuperação dos desastres. Está mais do que na hora de se pensar preventivamente e encarar com seriedade o problema. Também deve haver maior estrutura para o ferramental da Defesa Civil. As pessoas não sabem o que é defesa civil e poucos sabem para que serve... Esta ação deveria ser mais bem divulgada e ser dado o esclarecimento necessário à população, afinal ela é parte essencial desse "sistema". A Defesa Civil deveria ser um Ministério e não somente uma Secretaria apêndice de outras pastas, com é hoje do Ministério da Integração Nacional. Devia ter maior poder de decisão e orçamento próprio, como também mais robusto, especialmente para o financiamento das iniciativas preventivas nos locais mais vulneráveis aos desastres. Para condução das atividades de defesa civil deviam ser escolhidas pessoas com experiência e formação técnicas. O conhecimento técnico do indicado para o cargo é fundamental para uma coordenação eficaz de esforços e recursos. Infelizmente o que vemos são ocupações de funções para satisfação de interesses políticos. Enfim, ainda temos muito a caminhar na direção da prevenção de desastres em nosso país. Nos desastres não sobrevivem os mais fortes, mais sim os mais preparados.

Não suporto mais ver as pessoas utilizando os desastres como palanques eleitorais, como bem observado por Euclides da Cunha,

em sua obra " Os Sertões":

"(...) O regímen decorre num intermitir deplorável, que lembra um círculo vicioso de catástrofes."

"A nossa evolução biológica reclama a garantia da evolução social. (...) Estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos."

Temos de mudar esta situação JÁ! Chega de mortes e destruição.