Do céu, ou do inferno...

Já fui tanta coisa, até ingênuo, até bonzinho, pode acreditar...

Quando eu tinha 15 anos eu só queria um amor, um alguém, consegui, mas não sabia eu, que não sei como eu era a pedra no sapato de alguns, milhares, muitos - não sei por que eu somo tanta preocupação pra tanta gente - daquele local conseguiram me tirar, me despreservar, me enlouquecer, me tirar os limites da razão que faziam com que eu enxergasse piedade, honestidade, amor, sanidade em minha frente, sanidade, ah sanidade...se isso já existiu, foi há muito tempo atrás.

Hoje se eu fosse um terceiro a se aproximar sentiria medo, medo por não saber quem é a pessoa que está do outro lado, você nunca saberá, mesmo pensando que sabe, por que o que é volátil escapa das mãos mesmo que esteja preso em um recipiente, e o que é invisível, só poderia ser sentido se houvesse cheiro, e um desgaste do tempo faz a substância do nosso ser ficar assim, ou muito perigosa ou bastante ingênua, isso vai depender do local em que você esteja ambientado.

Vocês até podem mensurar o tamanho do meu ódio, mas talvez jamais possam mensurar a pessoa que eu me transformei e até onde ela pode ir para destruir aquilo que lhe incomoda, talvez eu já fosse assim, talvez seja este o motivo do medo dos seres humanos em tudo que vem do céu, ou do inferno.

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 06/01/2012
Código do texto: T3425142
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