A Carta XIII

Alguns podem achar estranho o título, ou até mesmo o assunto que eu vou abordar aqui, mas eis a questão: Somos ou não somos imortais? O que somos nós perante a morte?

Sim, a morte.

A carta XIII do baralho de Marselha; e que pode fazer mesmo o mais bravo e inconseqüente dos homens tremerem de medo.

E muita gente antes de mim já deve ter falado... Alester Crowley, Raul Seixas, Paulo Coelho, A Bíblia e enfim, não dá pra citar todos; o fato é que tudo parece meio ambíguo e dá um ar de contradição nas demais teorias.

A morte, a única certeza da vida... A única coisa que todos nós um dia teremos.

É a primeira vez que escrevo sobre esse assunto tão simples e tão complexo ao mesmo tempo; e o que me levou a escrevê-lo foi a morte de um ente querido, alguém que eu muito amava... Mas, enfim, estou divagando, voltemos ao assunto.

Toda a gente - homens, mulheres e crianças de todas as idades – desconhece, ou até mesmo se acha imune a isso, a ordem natural das coisas – que alguns até mesmo ignoram, como no caso das crianças.

Mas, é o caminho a ser trilhado.

E como todo caminho, trajetória, enfim... Há um fim.

Um ponto final.

Não somos nada perante a morte e as coisas que nos cercam.

É sabido que o corpo humano possui uma das maiores e melhores formas de adaptação aos demais climas e condições sejam elas externas ou internas. É sabido também que o que nos limita é o corpo, a condição do corpo; que paralisa nos momentos em que devia correr, ou que faz um esforço extra para realizar uma ação qualquer e se desgasta com o passar do tempo.

É como um conjunto de engrenagens, embora, como li uma vez: “Seria preciso um puta esforço pra alguma delas quebrar”, só que um dia, quebra.

O que quero dizer, onde quero chegar, vejam bem é uma indagação de como prever – se seria possível- quando a morte vem.

E o que acontece?

Sei que é um fato meio inusitado para alguém tentar decifrar certas coisas e até mesmo tentar prever algo que está prestes a ocorrer, mas pense por um instante se fosse realmente possível...

Haveriam despedidas, pessoas se abraçando, choros e toda aquela coisa que a gente já sabe... Mas, com o diferencial da pessoa viva, e daí, quando se despedisse de todos, ela ia pro hospital e se encontrava com o ‘único mal irremediável’ ou qualquer coisa parecida com isso.

É ilusão, mero artífice.

Mas seria melhor, menos dolorido pra gente que fica aqui.

O fato é que a gente se acha esperto, ou até mesmo invencível até que um dia ‘ela’ encontra com a gente. E daí aquele cara, que mais parecia uma pedra chora como um bebê...

Quanto a sermos imortais, eu já não concordo tanto com isso.

É, todo mundo se vai um dia...

Muito embora a memória continue sempre presente em nosso existir, no viver.

Embora eu não concorde muito com o jeito que a morte age, eu acho que entendo um pouco a sua existência e o porquê de ela existir.

Simplesmente ela existe pra nos mostrar o quão frágil somos, o quão fracos somos perante a nossa natureza e as coisas que nos cercam. E que somos nada mais nada menos do que seres que vivem a vida da forma que bem entenderem até encontrar o seu fim.

Marcos Tinguah Vinicius
Enviado por Marcos Tinguah Vinicius em 05/01/2012
Código do texto: T3424596
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