Quantas palavras há no mundo?

Ninguém será capaz de dizer. Contudo, uma coisa é certa: todas elas expressam, a final, uma mesma realidade: o mundo tal como o conhecemos.

E, se pensarmos bem, isto é tão incrível quanto fascinante, porque reflete toda a essência da criatividade humana.

Cada um de nós tem a capacidade de interpretar o mundo numa linguagem própria, a sua. A questão é que a maior parte do tempo nem sequer damos por isso ou nos atrevemos a pensar na possibilidade de isso acontecer.

Mas existe um excelente motivo para nos determos um pouco e procurarmos ouvir o som da nossa voz para além das palavras: é ele o conhecer a energia da criação e a sua possibilidade criadora.

Não é isto afinal que fazem os visionários? A história está repleta deles: artistas, cientistas, mestres, filósofos... Pessoas que não se limitaram a conhecer o mundo, mas deram um passo além e recriaram-no, fizeram-no evoluir.

Se pensarmos, por exemplo, nos quadros de Van Gogh rapidamente percebemos que cada pincelada é única, singular, é a expressão da sua visão particular. O que me leva a pensar que, no momento de realização, ele não estivesse preocupado em recriar mais do que isso.

Um ato audaz, livre dos padrões estabelecidos constitui, quanto a mim, o verdadeiro ato criativo. Há quem o tome por loucura, arrogância, mas o que são estas se não o presente daquilo que só o futuro poderá adjetivar e quase sempre validar.

Para quem cria, esta perceção é fundamentalmente libertadora, porque nos concede o direito à genuinidade, ao desprendimento das vozes do status quo.

Já repararam de quantas formas é possível dizer e escrever liberdade?

Em incontáveis palavras, digo eu.

Pensamento originário do blog da autora:

mundodasnoitesbrancas.blogspot.com

olinda morgado
Enviado por olinda morgado em 04/01/2012
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