Foda-se!
Esse é um dos momentos em que paro e percebo melhor o mundo sujo, e de estrutura violável, que se encontra a minha volta. Os abraços não trouxeram calor, roubaram o ardor... Depois deles o frio me alcançou. Esse é um dos momentos mais difíceis da minha vida. Aqui, frente ao abismo, sem medo, sobre o ponto-sem-retorno, olhando nos olhos daquele-que-tudo-vê, as palavras fogem, as lágrimas se apresentam. Pra onde levaram a justiça?! O vulto enegrecido que ficou em seu lugar se mistura a sombra da impropriedade. Um brinde a todos os amores fadados a queda, mais um gole desse vinho amargo, mais um gole de dor, e então avencemos! Por que há sempre esse dia depois do "the end", sem a mágica que só o "stop" contém! Sangro, sangram, e o rio vermelho vai irrigando o deserto onde as milhões de pessoas não se olham nos olhos, onde todos somos um exército-de-um-homem-só, lutando sabe-se lá porquê... Romanticamente, a poesia me abraça, mas só me vem certa junção de palavras a mente: Foda-se!