SOU O QUE SOU
Sou o oposto do que de mim esperam. Porque se fosse como esperassem, não seria como sou, mas como de mim fizeram um tipo. E dessa forma, mais do que não ser como sou, seria algo que não era eu, ou dito de outra maneira: eu seria o outro que esperassem que eu fosse, portanto, uma ficção, uma idealidade, um projeto traçado segundo ideais alheios a mim, portanto, outra coisa que não eu. Por outro lado, não digo que do jeito que sou, agrade a todos, pois, se esse fosse o horizonte, mais do que viver a vida, eu estaria representando-a, e nesse caso, seria menos indivíduo e só ator, e a vida, mais que uma trajetória de e no tempo, seria um grande palco. Agora, se se considerar que não sou ator e a vida não é um grande palco, e eu não agrade a todo mundo, então, o que sou? Diria que sou alguém que sabe que nada sabe, porém, não abre mão do aprendizado. Diria que sempre acredita na boa fé das pessoas, embora já sofresse decepções, mas que, mesmo assim, não perdeu a esperança nessa coisa chamada Ser Humano.