FIM DE QUÊ?
Neste período de trezentos e sessenta e cinco dias, sei lá, talvez um pouco mais que chamam ano, tenho pressa para falar qualquer coisa. É o fim de um período criado por teóricos, o fim de uma era, um fim qualquer, cronológico, geológico, filisófico. Não sei, mas tenho ansiedade. Quando findar este período e começar outro não serei mais eu, nem sei se serei. Quem sabe, com o período eu também leve fim.
Preciso urgentemente falar algo. Dizer alguma coisa. Algo que ainda não disse. Dizer o quê?
Dizer que ao começar o próximo período estarei mais velho, estarei renovado, estarei perdido, terei perdido um estágio da vida, terei aproveitado ou terei ganhado algo. Ou terei deixado passar algo relevante que mudará minha vida por todos os períodos.
Não sei. Talvez nunca saberei.
Minha cabeça roda como uma roda viva. Como se a vida fosse uma trejetória circular na qual as coias vão e vem (ou vão e não vêm) e eu apenas, como um mero expectador, fico a vislumbrar a vida que passa pela janela.
Deslumbrado com as interpretações e mentalidades tantas que rondam minha cabela fico a imaginar o que é, o que foi e o que será. Fico a pensar na extensão, na qualidade, na quantidade dos acontecimentos e como eles são impulsionados e influenciados pelos denominações dos períodos chamados ANOS.