AOS ATEUS

Não fui teu companheiro

Quando fazias o mundo.

Desconheço a extensão

Dos multiuniversos.

Não sei pela Física responder

Quem primeiro fez girar os astros:

Cada um em sua órbita.

Mas pela fé vejo tuas mãos.

Não tenho vida, nem a enésima geração

Conseguirá conhecer toda a criação.

Até hoje o que sabemos?

Como somos limitados!

Ora, se ninguém desceu à região abissal,

Quanto mais chegar ao mais distante planeta.

Quem já estudou o sol pisando em seu solo,

E assim explicar a origem de sua luz.

Quem poderá criar nuvens no deserto,

Ou evacuá-las para dissipar a tempestade.

Estudamos e entendemos,

Mas não criamos nada igual.

No cérebro mora a inteligência,

Que é capaz de compreender as obras do Criador

Mas ela mesma não se compreende inteiramente.

Para saber a hora do parto é preciso acompanhar cada fase,

Tudo que sabemos nos chegou com muito esforço.

Quem já perfurou a Terra de um lado a outro?

O homem deveria se convencer que a plenitude

Do conhecimento é impossível.

A criação é infinita e seu domínio inalcançável.

Por isso, eu me calo diante dela.

Percebo minha pequenez.

Se não tenho respostas para o que vejo,

Como poderia refutar a Criação?

Por acaso sou capaz de criar um planeta

E erguê-lo no espaço?

Só sei estudar e entender.

Sem ajuda, não consigo nem amarrar um toro brabo.

O orgulho impede o homem de assim averiguar.

No vaso talvez reflita melhor sobre sua insignificância.

Sozinho no deserto, sofrendo escassez, talvez se encontre.

E no último suspiro, perceba sua impotência.

Obs.: baseado no livro de Jó.

NATAN VIANA
Enviado por NATAN VIANA em 26/12/2011
Código do texto: T3406750