Conte até dez.
Um, dois, três. Conte até dez. Quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Sem drama, só a verdade, a pura e crua verdade.
Nunca tive a oportunidade de dizer um “eu te amo” ao amado. Não existe pessoa a ser amada. Não existe sujeito. Não existe amor aqui, amo minhas "amigas" e minha família, só. Não sou boa filha, não consigo deixar de falar palavrões. Posso contar nos dedos da mão esquerda as vezes que eu saí de casa pra me divertir esse ano (e olha que estamos em dezembro).
Nunca deixei de sair sem meus pais/irmão. Nunca fiz questão de falar com ninguém. Ganhei o premio de aluna solidária na escola dois anos atrás. Que porra é essa ? Sim..me pergunto a mesma coisa até hoje.
Sem drama. Ser a queridinha dos professores me ajudava, mas eu não puxava saco, sempre fui eu mesma, sempre querendo ajudar. Sempre me fodi, literalmente. Só fui pra diretoria duas vezes na vida. Só beijei uma pessoa, e eu nem o conhecia. Mas e se as pessoas soubessem o que iriam achar? Até imagino “nossa como assim?!” ou “não acredito!” ou “você nunca contou?!”.
Por isso não colocarei meu nome nos textos. Zelo pela minha integridade moral-psico e física, mesmo que estas sejam nulas.
Sempre quis ter uma amiga de verdade, um que venha dormir na minha casa e que fossemos inseparáveis, contássemos tudo uma a outra. Minha mãe todos os anos implora a mim “por favor faça amizade esse ano” ou “você precisa de uma amiga”. Mas no final a única amiga que eu tenho é minha mãe. Ela sabe tudo sobre mim. E ela reclama “você precisa de uma amiga, tem coisas que eu não preciso saber”. Mas não tem coisas a saber!
Nada de bom acontece, as pessoas se afastam de mim, e eu não faço questão de correr atrás. Eu sou um indivíduo nulo na sociedade, se eu desaparecesse não haveria diferença. Nunca disse o que penso. A primeira vez que consigo me relatar, e, acreditem, o teclado do notebook está encharcado.
Todo individuo do sexo op
osto que eu gostei, sempre gostou de outra. Nunca de mim. Nunca alguém gostou de mim. NUNCA. De novo, com mais ênfase: N-U-N-C-A
Não sou uma pessoa interessante. Tenho vergonha de mim mesma por existir, e não é drama. Preciso de alguém preciso parar de só pensar nos outros e só me ferrar.
Quando eu era menor, era a “gorda” a “baleia”, a “mão furada”. Os anos foram passando e os apelidos também, “gordinha”, ”cabelo de palha”, “boing boing”. Até que chegou “bunda murcha”, “peituda” ou “vaca”. Sempre sofri na silentina em relação a isso.Mas antes, os apelidos eram na maldade, porque sabiam que eu sofria com isso. Com o tempo você se acostuma...
Mas o que eu posso fazer? Quem disse “nada” ganha uma bala.