F.
"Agora que você parece não ligar, que já não pensa e já não quer pensar, dizendo que não sente nada..
Estou lembrando menos de você! Falta pouco pra me convencer que sou a pessoa errada"
(Aqui, Ana Carolina)
Ana Carolina sempre me fode nas madrugadas! E o amor sempre me fode... a vida inteira!
Saudade é uma coisa que eu não deveria sentir. Não agora, quando as coisas parecem ter encontrado uma maneira de se encaixar. Ou, sei lá, quando as coisas só pioram e parece que eu nunca vou encontrar lugar nesse mundo onde eu possa me sentir parte desse mundo. Mas o amor é maior que toda a confusão que prevejo viver se deixar que o passado ganhe corpo presente. Tudo o que eu queria agora era parar de pensar, e me permitir viver tudo o que não me permiti viver nos últimos seis anos. O resto não importa. Não é querer recuperar o tempo perdido. É poder dar forma à minha vida. E me permitir ter uma vida diferente. Me permitir ter uma vida. Moldar o amor com as minhas mãos. Colocar ao menos uma vez, o amor como prioridade, como merecedor de destaque.
Saudade. E medo. Medo de tentar e me magoar e magoar ao outro e me perder e descobrir que eu funciono melhor sozinha. Medo de me ver sozinha, como sempre fui, e continuar sozinha por... sei lá quanto tempo dura a eternidade. Alguém entende? Acho que já tô tão acostumada a ser sozinha, que tenho medo é de mudar. E acho que tenho medo é de dar certo. Sei lá. Eu queria mesmo era poder dormir, e só acordar quando tudo, tudo estivesse resolvido dentro de mim. Quando eu pudesse decidir, sem tanta dor, de que lado da vida eu quero estar de verdade. Quando eu pudesse sentir que papel eu quero ter na vida dele.
Por enquanto, vou me arrastando com seis anos de lembranças mínimas e quase apagadas. Com seis anos de histórias não vividas, beijos não dados, amor não compartilhado, e saudades vencidas pelo medo de ser-nós-dois.