MARCAS DO TEMPO

A armadura se rompeu

Após uma fina chuva de verão.

O espelho se quebrou

Com apenas um estalar de dedos.

A certeza se perdeu

Num simples piscar de olhos.

O escudo rachou

Com um dar de ombros.

A dúvida foi esquecida

Com o raiar do sol.

O espinho secou

Numa manhã orvalhada.

A ruína do que se ergueu

Fez tremular o próprio temor.

E eu?

Apenas guardo na lembrança o que fui

Enquanto tento descobrir quem sou.

Só sei que detesto rimas e métricas.

E, embora recolha as cinzas do que restou

Sinto no ardor do tempo,

As cinzas ao vento, do tempo que se perdeu.

E as marcas de um amor que não ficou.

Regina hoje e sempre
Enviado por Regina hoje e sempre em 19/12/2011
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