O Dia da Vingança
O Dia da Vingança
[Roseli Princhatti]
No dia tal
Do tal dia
Quando amanhecia
E o Sol a na escuridão
A brilhar
Jurei a mim mesmo
Que de você
Me vingaria
E fiquei a pensar
quais as armas
que utilizaria
Então fiquei ali
Sentada em pé
Em uma pedra
esculpida de pau
Estava caminhando
até então
tudo normal
E então
decidi os meus amigos
consultar
Quais os conselhos
Que eles
poderiam me dar?
E sei que tudo
Seria em vão
Pois o meu coração
Havia sido flechado
Por uma grande
maldição
E então percebi
Que um mudo
Falava consigo mesmo
aos amigos
Que preferia morrer
do que perder
a sua vida.
E eis que um surdo
O seu radinho a ouvir
Olhou para mim
E começou a sorrir.
Eis que então
Eu já quase tonta
E com muita aflição
Não agüentei mais
E comecei a correr
Bem devarzinho
Para a minha casa.
Cheguei em casa.
Ufa!
Abri a porta
E entrei pela janela.
Tirei a minha roupa
E a deitei na cama
E fui me banhar
Na pia
E depois fui para a cozinha
Na lavanderia
Tirei da máquina a comida
E a esquentei na secadora
E me sentei em pé
Na mesa da sala.
E então...
eis que surge
você...
e as minhas pernas
ficam a tremer
e nem sei mais
o que eu iria fazer
bem...
qual é o título
deste poema mesmo?
Eu lembro que começava
com V...
Mas V lembra o quê?
V de viagem
V de vacância
V de vantagem
V de ....
Para rimar com
vacância...
Ahhhhhhhhhhh
Lembrei...
V de vingança...
Eis que apareceu.
De quem me vingaria.
Um dia.
Você...
Que me fez gostar
De ti.
E num piscar de olhos
Teve que partir.
Mas o que fazerrrrrrr?
Socorrooooooooo
Somebody...
Somebody help me?
Então eis que me lembro
De um velho sábio.
Bem novo.
Tinha uns 20 anos.
E deixei você em minha casa.
E saí para consultá-lo.
Apressadamente.
Em câmera lenta.
Cheguei lá.
Ele me atendeu.
E disse:
Quer se vingar?
Para quê?
Lembre-se...
Da Lei da Ação
E Reação.
O que você fazer...
Vai voltar em dobro.
Para você.
E então decidi.
Para a minha casa voltar.
Já sabendo o que fazer.
E ao abrir a porta
E adentrar pela janela.
Decidi te abraçar
E te perdoar.
E nunca mais
De você me vingar.