Moleque Astronauta

Quando eu era criança, era meio maluquinho. Queria revolucionar o mundo. Aí li Dom Quixote. Fiquei inebriado. Quando aquela bruxa chegou, montada numa vassoura e estacionou na minha massa cinzenta, endoideci de vez. Fui tomado de um desejo intenso de chutar a bruxa, tomar a vassoura e sair voando por aí. Tudo isso bem rápido e bem intenso, como qualquer moleque. Peguei a vassoura e saí.

Terminei vendo Júpiter de orelha a orelha, sem precisar de um chapéu de astronauta. A vassoura tinha tudo que eu precisava. Sancho havia ficado na Lua. É que a vassoura dele terminou pifando e necessitando de alguns reparos.

Quando eu era criança.

E sonhava, e imaginava, e partia de casa

sem ter rumo certo.

Nunca gostei de estudar tabuada:

pois não requeria de mim imaginação.

Nessas alturas do campeonato,

eu já era Lobato

indo a Plutão.

Lutero Martins
Enviado por Lutero Martins em 17/12/2011
Reeditado em 10/12/2013
Código do texto: T3393684
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