Falando de Sonhos

Esta noite, sonhei com possibilidades tão distantes. Podia ser infinito...

Você me segurava nos braços, era meu escudo, meu protetor. Não me machucava, nem com inocência ou com consciência. Pensei ser insubstituível, pensei que colocaria uma flor no meu cabelo e diria: “você é a melhor coisa que me aconteceu na vida.”

Foi mais além, me dera um apelido bobo, fazia-me cócegas, ensinava-me jogar xadrez. E eu ainda planejava não deixar você passar pela porta, de fazer birra pra não me largar. Eu só queria ser sua amiga. Queria que notasse o quanto é importante para mim, em cada parte da minha vida. Eu sou o reflexo do que você é.

Sonhei que colocava meus pés em cima dos seus e segurava minha mão, que ria e brincava assim, naquele jardim tão lindo. Ensinando-me a viver, a caminhar devagar, a seguir os passos que você considerava seguro, e por um minuto, até abrir os olhos senti como se o mundo não pudesse me machucar, Que eu saberia viver. Eu seria forte.

Acordei, abri os olhos encharcados. Enrosquei-me ali sozinha, para me sentir segura, deixando as lágrimas denunciar meu mais forte sonho; Ainda na cama, desejei com todas as forças que você estivesse na mesa, sentado, esperando o café da manhã, talvez você leria um jornal...

A imaginação era tão real que eu podia sentir o cheiro de café recém feito misturado com nicotina, até ouvir arrastar de chinelos conhecidos, passarinhos cantando, algumas risadas distantes. Levantei-me e abri a porta e só o que vi foi a forma de uma pessoa que cansou de amar, de ser ferida, cansou da vida e acima de tudo, cansou de cansar. Não vi nada além dela.

O dia correu, a noite chegou novamente, e para não me machucar outra vez, jurei que seria a ultima vez que sonharia em tê-lo por perto, porque sonhos são só sonhos. E se você não é feliz aqui, nunca foi, tenho de deixá-lo ir, tenho que guardar as saudades, as memórias e as vontades. Talvez você um dia perceba que muito mais que uma estrada, suas atitudes nos separaram. Mesmo eu implorando: Estou bem ao seu lado, por favor, não me ignore, Papai!

Gabrielle Vergatti
Enviado por Gabrielle Vergatti em 16/12/2011
Código do texto: T3392394
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