A Flor da Véia

A véia tinha uma flor

Botava pra tomar sol

Todo dia na mesma varanda

A véia olhava a quitanda

E mostrava a mesma flor

Naquela janela pequena

No dia que dona Moema

Resolveu lá aparecer

A véia começou a dizer

Que nunca tinha problema

Dona Moema encantada

Perguntou pra véia enrolada

Por que tanta sorte assim

A véia sorriu desdentada

Deixando uma ruga crescer

Na bochecha marrom enrugada

E disse que sem batom

Não podia ser mais bem falada

Rodava uma bolsa na mão

No tom da flor da bancada

Moema bem alienada

Tentava por fim compreender

O que a véia bem camarada

Fazia pra sobreviver

Moema ficou mais calada

Pensando em bem resolver

Sua mente atrapalhada

E finalmente entender.

Mas a véia só dava risada

Mostrando bem arreganhada

A flor que dizia crescer.

Seguiu Moema infeliz

Pois sabia que por um triz

A verdade não pôde espremer

Andou pela rua parada

Pensando no que fazer

Para que a véia safada

Pudesse afinal lhe dizer

Mas Moema tava errada

A véia era esperta demais

Revelar seu segredo jamais

Seria tarefa bem paga.

Foi embora a Moema

Levando aquele problema

Que nunca se resolveria

E a véia sozinha sorria

Mostrando a flor que serena

O seu maior segredo escondia.

Diária Mente Louca
Enviado por Diária Mente Louca em 14/12/2011
Código do texto: T3389333
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