Quimeras noturnas
Procurando por uma fonte de inspiração
Olho o que me cerca
Procuro o ocluso dentre as deformidades do meu quarto
Vejo nas paredes que delimitam meu mundo
Intensas distorções entre o raso e o profundo
Meus pensamentos podem atravessá-las facilmente
Podem penetrar o concreto e distorcer minha mente
Induzindo-me a pensar no sólido
Talvez dizendo do concreto
Confundindo o abstrato
O abstrato já confuso
O concreto tão difuso
Vem tornando físico e real
Toda a dor do imaginário
Deixo então minha procura de lado
Meus olhos se fecham com o peso do dia vivido
E é ai que toda inspiração dá as caras
Nos meus sonhos mais felizes
Desenhados por vontades raras
Sonhando posso ser, ter, ver e fazer acontecer
Até a última gota do irreal
Até que o sol me desperte à vida real
Dai voltam minhas inquietações
Aquela mesma procura por grandes inspirações
Remeto a minhas quimeras noturnas
Para traduzir em palavras
Minhas pequenas loucuras