Dois Homos, Um Homem

Ao longo de toda minha vida tenho sido importunado por curiosidades e dúvidas. Por mais extranho que pareça, sinto prazer quando a realidade me deixa intrigado, sinto satisfação quando me lanço a caminho do conhecimento, e segurança quando as respostas são encontradas depois de serem testadas.

Em um dia corriqueiro, eu com minhas apostilas, fichamentos e livros na cama recebi um leve impulso de pensamentos que me comparava aos "Homos" ancestrais e ao "Homo" moderno. Os antigos hominídeos eram seres dotados de uma compreensão próxima do nada em relação à que temos hoje, no entanto pelo que podemos ler sobre os homens a partir da pré-história, eles denotam uma curiosidade extremamente estimulante para entender os fenômenos a sua volta e se relacionar com o meio minimizando os riscos à sua vida. Apesar de eu parecer ter herdado uma boa parte desse nível de curiosidade, eu não consigo absorver idéias utilizando os mesmos critérios que os hominídeos tinham.

É então que traços em minha mente são construções próprias do "Homo Sapiens Sapiens". O modelo de raciocínio dessa espécie me parece mais confiável, pois ele permite que se faça testes. As idéias que são apresentadas como "verdades científicas" precisam passar por um crivo sofisticado e acima de tudo honesto. Já idéias tidas como "verdade absoluta" eu as levo para discussão a fim de sabermos de há consenso.

Eu penso e tento agir como ambos. Isso é apenas questão de gosto. Mas temos impressões dos dois "homos", muitos apreendem o conhecimento à maneira de um Homo erectus, Homo habilis, e outros tantos usam a propriedade do Homo sapiens sapiens para sofisticar a ignorância e ainda afirmar que "não entender" é uma virtude.

J K Alves
Enviado por J K Alves em 14/12/2011
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