[Tramas Sertanejas da Vida]
Terra, terra... poeira vermelha, pegajosa...
No imenso chão de Goiás, eu respiro o futuro
que haverá de me salvar da raleira de vida!
Ruas... ruas e bares, promessa de uma noite grande,
muita cerveja gelada, sem parar, sem parar...
Manta de carne coberta de sal grosso
chia no calor das brasas do fogo-de-chão...
Olho...olho... o Rio Paranaíba é eterno,
e as épocas vividas se desfolham todas...
Vejo no espelho do Paranaíba, "A Estrada da Vida",
a trilha de sonhos que me trouxe até aqui,
e que me levará, num certo dia que será para sempre.
Cai a tarde, e a lua cheia nasce de trás dos montes de Minas,
e então, a "Saudade da Minha Terra" me sufoca.
Eu, perdido, solitário na grande noite de Goiás,
Eu, "Amargurado" com a inesquecível perda do amor,
vou tentar remediar esta minha dor em outros braços,
vou lá para a "Boite Azul", até o céu clarear.
E quando o Paranaíba se azular
na luz ainda pálida da manhã nascente,
eu voltarei para casa, para os lençóis frios,
tentar acalmar no sono as difíceis tramas da vida.
[Penas do Desterro, 05 de dezembro de 2011]