Permito resmungar para não sei onde...
Permito resmungar para não sei onde...
Será que onde me ouve?
Permito viver nas petulâncias que atingem meu subconsciente...
Estou consciente de que algo aflige meus ideais e arrebata a minha alma...
Cansei de me questionar. Cansa ouvir sempre a mesma música, cansa ler sempre o mesmo livro; apenas cansei...
Vejo que noites servem para dormir, mas a minha serve para me abater.
Vejo que o melhor calmante é quando as coisas começam a dar certo – mas já, por certo, não sei.
Já não sei o porquê daquilo e muito menos a resposta disso...
As incertezas só me dizem algo: não sei de nada.
Olho no espelho e me vejo diante de uma multidão, mas essa multidão não olha nos meus olhos.
Aprendi algo: quando não olham nos seus olhos, é porque não têm nada a lhe oferecer.
Vejo que o sol da justiça é apenas uma expressão, nada além disso.
Não me vejo como um ser humano, mas como algo humano.
Vejo que transporto algo além das substâncias humanísticas.
Talvez seja porque eu levo uma rosa nas mãos...
Vejo que o maior sábio não são aqueles que sabem muito, e muito menos aqueles que sabem pouco, pois vejo que o maior sábio são aqueles que não vivem e que não existem e nem querem existir. Pois estes sábios sabem se ver ao mundo que irá se frustrar.
Provar do silêncio é provar das angústias e das aflições decorrentes.
Os indecisos me irritam, sabe por quê? Além de atrapalharem suas próprias vidas, eles acabam travando as dos outros. Malditos indecisos...
Eu não sou indeciso, mas talvez eu prove da maldição.
Eu sei o que eu quero, “só que querer não é poder”.
Vejo em meu caminho vários cactos; são bonitos aos olhos nus, mas, de perto, são apenas espinhos.
Renato F. Marques