SOZINHO
Sinto, não posso calar.
Falo uma, mil vezes,
não ouves.
Bom que estivesses perto
ou pelo menos me ouvisses.
Preciso de ti.
Sou forte? Não.
Preciso da tua segurança,
do teu modo simples,
mas, de acontecer real,
do teu balançar maneiro,
jogar de mãos, gestos completos.
Diz, me diz alguma coisa, qualquer palavra.
Quero te ouvir.
O silêncio é de ouro?
Vale-me mais que o ouro!
Quero te ouvir.
Quero te ouvir!!!
Niterói/RJ, l0 de dezembro de 1976.