Da Coleção: Sensibilidades - Fatos sobre Deus, o ópio, um ônibus e outras coisas:

A morte é, inquestionavelmente, o que há de mais injusto na vida. Não por toda a sua complexidade de não existência, ou pelo destino incerto que há, ou não,depois dela.

Destino esse, que certamente, todos passaremos. É o ápice de igualdade do ser, mortal.

Acontece, que toda falta para mim, é injusta. Principalmente uma falta de vida. Uma falta permanente, e insubstituível, de uma vida, que fez parte da sua vida.

Mas, a minha indignação está, na injustiça por tráz da injustiça dessa vez.

Como alguém pode, simplesmente desistir da vida, e continuar vivendo?

Como alguém pode, viver anos em uma cama por pensar que não há mais vida, enquanto outras vidas se importam, e se esforçam para reverter tal quadro?

Como alguém pode perder todos os sentidos e força, e desenvolver quadros patologicos irreversíveis, porque sua mente resolveu não viver mais?

Como é possível alguém morrer por depressão? Como meu Deus, como?

Quanto tempo perdido esperando a morte. E ela um dia, vem. Ela espera pacientemente, e observa o sofrimento de todos à sua espera, friamente...

Até que um dia, ela resolve vim, silenciosa, sorrateira, cruel... Uma bela terça feira a tarde, se morre... E por mais que o seu egocentrismo diga que não, há quem sofra, há quem sinta, há quem chore.

Há quem perca uma porção de vida, com a sua morte. Com a sua falta de vida. Injusta e egoísta falta.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 08/12/2011
Reeditado em 06/01/2012
Código do texto: T3378794
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