O imoralista
Essa moral de lama estabelecida em cima do politicamente correto, da moda sob pau e pedra, do agradar, do estabelecer apontando o certo e o errado sem chance de revidar, esse insulto que parte das instituições pregadoras de moral serve de tapete para os meus pés. Não vou dormir abraçado com o pluralismo doente dessa sociedade de valores inversos e de exageros monstruosos. A minha política de vida se baseia na omissão da filantropia trocista dos homens de terno e gravata e da educação de estar sempre sob os holofotes dos pilantras que falam por impulso.
A verdade é que estou pouco me lixando para esse mundo inaudível a lucidez, para essa corja de assassinos doutrinais. Não sou burro de carga nem político para carregar tantas tralhas e sujeira moral, o considerado descente é uma merda, um engano de retina, uma farsa, uma mentira, um instrumento para ludibriar. A suposta verdade que brota dessa classe permanece falaciosa, nada mais é confiável, nada mais é permanente, nada mais é sustentável há um prazer medonho em mentir, em enganar, em tirar vantagem do mais fraco, o capitalismo se intensificou e o que era desleal virou oportunidade de negócio, hoje nada mais se esconde dos holofotes, o que é podre se torna visível e de fácil acesso, o que é ilícito revigora-se a custa da lei. A verdade é que o que era pra ser não é, e o que é torna-se imperativo destrutivo da humanidade.
Dane-se o sagrado, o inventado e toda moral. A minha maior satisfação enquanto vivo será presenciar sob as mais altas montanhas a queda das grandes instituições que pregam a indecência em nome de uma moral primeira.